S. Martinho: novas regras para vendedores Calor fora de época faz subir preço das castanhas A falta de chuva e o calor anormal para esta época do ano estão a prejudicar o negócio da castanha. Havendo escassez do fruto, a consequência é inevitável para os consumidores que festejam o dia de S. Martinho: o quilo chega a atingir os cinco euros.
Na frutaria Bristol, uma das mais antigas da capital – na Rua das Portas de Santo Antão – a venda das castanhas não vai bem. "O calor e a redução do poder de compra não ajuda na venda". "Prefiro a castanha de Trancoso porque é mais doce e os clientes estão habituados", acrescentou o proprietário.
Na rua, em Lisboa, a dúzia de castanhas assadas é a dois euros. Mas o preço não comporta sequer o investimento realizado pelos vendedores, que, este ano, apresentam novidades. Os carrinhos são novos, em inox. Também o assador é agora de inox, ficando para a história o barro. E as folhas amarelas, da lista telefónica com que os vendedores faziam os cartuxos para transportar as castanhas, desapareceram para dar lugar a papel branco. "São novas normas da Câmara que visam dar uma maior higiene", explica a vendedora, no Rossio, em Lisboa. Dois euros a dúzia é também apontado como um factor proibitivo para a compra. "O preço começa a ser um bocado puxado", diz quem aproveita a manhã soalheira de um sábado na Baixa para ver umas montras e saborear uma dúzia de castanhas. "A verdade é que não é a mesma coisa que assar as castanhas em casa, estas sabem melhor. Gasta-se um bocadinho, mas, como se costuma dizer, é melhor gastar nas castanhas que na farmácia."

Correio da Manhã
11.11.2007
268 palavras