Amputados ganham sensações nas mãos Uma equipa de cientistas do Instituto de Reabilitação de Chicago conseguiu restaurar a sensação de toque em dois pacientes amputados de braços que usam próteses biónicas. A descoberta é considerada o primeiro passo para a criação de zonas amputadas com sensibilidade quase total.
A técnica consiste em reencaminhar para o peito as sensações que normalmente seriam sentidas pelo braço e mão. A enervação do que sobrar do coto (ombro ou parte superior do braço) liga-se a outra existente em músculos saudáveis do peito.
Depois de algum tempo de implantação, os nervos transplantados começam a crescer em direcção ao ombro.
A partir do implante do novo braço biónico, os pacientes podem passar a fechar e abrir a mão dando apenas com o comando cerebral que normalmente teriam que dar se tivessem membros seus. Descascar uma banana, empilhar copos, cortar alimentos ou tirar um cartão de crédito da carteira - tarefas até aqui impossíveis para um amputado - passaram a fazer parte do dia-a-dia dos dois pacientes pioneiros.
Ambos revelaram que conseguem segurar um sabonete com a mão artificial, o que facilita a tarefa do banho.
Os cientistas observaram ambos os pacientes durante cinco meses, após a implantação da nova técnica, tempo considerado necessário para perceber se a nova técnica funcionava. Agora dizem que esta está pronta para ser usada por muito mais pessoas que tenham perdido membros superiores. Os nervos adaptaram-se aos músculos do peito, permitindo aos pacientes sentir pressão, dor e distinguir entre temperaturas frias ou quentes nas próteses.
Os investigadores do Instituto de Chicago estão já a tentar mapear as regiões relacionadas do tórax e das próteses, através da instalação de sondas no peito dos pacientes. Desta forma contam melhorar o conhecimento das áreas do tórax que estão relacionadas com os membros superiores.

Diário de Notícias
28.11.2007
295 palavras